Sobre cultura, mate e sabor
Yo no tengo en el amor
quien me venga con querellas,
como esas aves tan bellas
que saltan de rama en rama-
yo hago en el trébol mi cama
y me cubren las estrellas.
(Martín Fierro, poema de José Hernández)
Cultura: prática cotidiana, significados construídos na rotina, na miudeza dos atos, no som da voz, nas cores do dia e da noite, na vontade de viver, fazer, sorrir, chorar. Vivência da música, do gostar, do conhecer… Práticas de família, de um povo…
Do meu povo? Aprendi a beleza de uma música que ecoa feitos e trejeitos, o sabor da carne nos finais de semana e, também, a conversa ao redor da bebida amarga: o chimarrão! Que aquece o coração, ameniza dores, compartilha tradições, momentos de parar e contemplar a simplicidade da companhia.
Os escritos de hoje vem de uma cultura, uma vontade de cultura, de repartir um pedacinho do que sou e o que admiro: um curtir e contemplar o tempo.
A erva-mate, Matín Fierro, forte, pura folha, amarga, minha favorita. Eu costumo dizer que de doce basta eu e de suave, a vida. Meu mate prefiro forte e amargo… Na literatura El Gaucho Martín Fierro (poesia argentina de José Hernández) representa esse povo, que saiu de uma vida de clandestinidade para virar símbolo de uma tradição, um homem com algo de terno, algo de rude, simples e que luta pela liberdade. De bombacha, cavalo e faca (e o mate amargo…).
Por hoje, é isso. : )