Nossos monstros sentam à mesa

E para tua alegria aparentePeso inconsequenteMe refaço, intensa, força e chorodesabo, em mimdesato, tudo em nós: teia desfeita Tempo e silêncio, tormenta(em quieta turbulência)o falso e sarcástico sorrisodesprezo da ausência Nossos monstros sentam à mesa,em frios abraços descuidadosObservam sem curiosidade ou vontade os acasosdeleitam-se, em cada lágrimaalimentam-se da dorÓpio voluptuosoque Leia mais

vira poesia

O mundo não é amargo como café, ou chocolate, ou uma deliciosa cerveja. É doce: enjoa e causa ânsia. Do amanhecer preguiçoso e atrasado, ao mais belo e ilusório arrebol. Do objeto de desejo almejado e nunca alcançado, ao amor cotidianamente estragado. Tudo adoça, enjoa, ansia. Quando muito, vira poesia.

Chafurda

Chafurda na merda (com vontade! Te espalha)assume, com gosto e desconforto, o óbvio descontrolea vida, desavisado transeunte, é descarrilhada, sem freio (nem perspectiva) Crua, pura e puta, plena e volátil: nos escapaàs gargalhadas (e nos deixa)nos deixa a máxima, anotada aos garranchos apressados:A ti resta o ato: chafurda, na merda(e Leia mais

Inapatia

Se nem carinho sincero acalma,será que risada à toa alivia?[sufoca o silêncio, em voz inaudível]abraça, adormece, acalentasuspira sem efeito(em rarefeito ar, se faz chiado no peito) Acorda, sorri (des)cansado,espreguiça, resmunga, caladomais dias, menos horas, tempo.passadas pensadas, presente pesado,futuro, sem rima, cinza, sem palavraou previsão de poesia? Contam aos sussurros por Leia mais