Espalho
Sim, diminuí
Aquilo que dentro de mim
Habitava
Hoje não mais circula.
Não há espaço.
Desde então, espalho
(Com intensidade e ruído)
Cada palavra, cada tom.
O que penso e como penso
Fica num aperto, tentando coexistir
Vai palavra – diz o corpo
Vai, te liberta – esbraveja o corpo, novamente
Vai e alcança o ar, o papel, o mundo
Atinge quem queira, contamine se for capaz
Corre na velocidade da tormenta
Saboreie a suavidade da brisa breve
Impregne com o frescor da terra molhada
Dê voltas por onde te faça feliz (ou não)
E chegue – no teu tempo
(como um suspiro)
No coração de daquele que
Por sorte (ou azar?) amo.