O que posso eu?
E se começas o dia Ou terminas a noite Visitando (minha) poesia O que posso eu, senão sorrir? Adoro o rastro de teu passeio Que percebo em meu caminho Sem esperança, com carinho Na saudades, que saboreio
Das culpas de ser mulher
Choro por mim, por todos Que pensam, falam, apontam Na rua, na vida, na casa Na rotina: modos de ser Que culpam, diminuem, invalidam Sujeitam a mim, a todas A vestir isso, comer aquilo Comportar assim, falar assado Pois és menina, és mulher Cor-de-rosa, comportada, delicada Dedicada, é para casar… Leia mais…
Caminha…
Intensidade Incomoda? Perturba? Assusta? Confunde? Então, meu amor, Caminha Se for prá ser calmo Se for prá ser marasmo Se for prá ser com pudor Se for prá, enfim, sentir Com moral ou sem amor Caminha Pois aqui, Até para curtir preguiça E passar na rede o dia Tem que Leia mais…
Tua casa
Venha e faça Do meu amor Tua casa Veja Se consegues Entrar Naquilo Que separa Meu mundo Meu encanto Do olhar Curioso De quem Não merece Conhecer Meu amor E faz, aí Nosso lar, Nossa casa. Entre E fique A vontade
Sorte na poesia
– Eu não tenho sorte no amor Por isso, escrevo… – Eu nem sei se tenho sorte ou não Por isso, escrevo… Sorte De versos, de letras Jogados no papel Despejados Por um gostar Em um jogo Fora de tempo De espaço, de prumo Em um jogo de amar Com Leia mais…
Noites insones
Noites insones Um sonambulismo Poético Que atravessa Que ama Que pulsa Obriga a escrita Noites insones Quando cultivadas Em longínquas parcerias Se faz e se refaz Em verso e prosa Em um diálogo amigo Em produção conjunta Em ideia compartilhada E amizade, enfim Mesmo distante É isso… Roubar sorriso Inspirar Leia mais…
À espreita
Eu vou quebrar os vidros da sua janela Gritar, até que você abra os olhos Enxergue: eu sempre estive aqui. E mesmo assim, Você escolhe sonhos Distantes, sombrios O escuro que está à espreita No esforço para dormir As pílulas, que estão no seu bolso São as únicas que podem Leia mais…
Das faltas
Saudades é sentir falta De ver um sorriso De ouvir uma gargalhada Que se solta livre Alta, engraçada De-sen-gon-ça-da Saudades é a vontade De sentir o tempo voar Sem pesar, na preguiça De um dia sem sol Sem estrelas, sem luar Saudades é sentir falta De saber que vais passar Leia mais…
Gato sendo gato
É desses que chegam de mansinho Fazem um charme Ronronam baixinho Roubam um carinho E quando menos esperamos Somem de repente Só mais do mesmo