Sobre o amor e outras falsas verdades
Naturaliza o silêncio
Os passos do rubor
Da palavra mal dita
Do suor sem vontade
Do sim sem verdade
Insosso cotidiano
Costumeiro, acostumado
Invade a vida, senta na cadeira
E fica ali, acumulando: pó
E quando sai, sacode
Em cinco linhas, sem frases, sem fala, nem coragem
Se espanta com o sorriso do alívio, do outro
Depois da tempestade
Ardor intenso no sábado à tarde
Fome eterna sem saciedade
Maldita? Pele, barba, sorriso
Arranha, ri, morde, goza
G A R G A L H A
E nos dias cinzas, colore a vida
E sabe suportar, em silêncio ou aos brados
Intempéries de tristeza e sanidade
Ou instantes de voraz alegria
Deleita-se com a feliz conquista, do outro
Só pelo outro ser o outro,
E, simultaneamente, nós
Tempestade.
Sobre o Amor
Insano e fugaz, eterno
Espinho e Adverso
Desordeiro
Querer
E tu? Sai ou Fica?