Sobre pele e pensamento
Enquanto esse irrompe os limites da distância e invade diálogos dispersos
a pele permanece, fina etiqueta
Submissa inquietação, permanece.
Permanece e aguarda, condição virar presente
Abstração transformar-se em sede, de repente.
Se a pele tivesse o privilégio que a pensamento tem!
Se as políticas do desejo se potencializam na saliva, é no tato que a pele liberta-se das fronteiras
Ah… se o pensamento tivesse o privilégio que a pele tem!
Na dispersão das palavras, perde-se em imensidão e retorna, vazio, em um silêncio solitário.
Vontade incontida, infinita, fugaz, guarda a potência do porvir.
O pensamento desaparece, insubmisso voraz
Ressurge como o caos e desaparece.
Reaparece e impõe condições para o imaginário.
Desejo vulgarizado, se esvai na rotina da gente.
Se o pensamento tivesse o privilégio que a pele tem!
Se as políticas do desejo são potências com imaginário, é nas palavras que fronteiras firmam condição
Se a pele e o pensamento não disputassem na atenção, lugares de privilégio, saíam das demarcações incompletas, rompendo o pudor do tato, com palavras não ditas em profusão.
Hoje o privilégio é tempo, que não descola da gente, mas não nos dá o presente.