Desdenha (e declara): Amor
Observo tu apareceres na janela
(só para saber que foste ali me ver)
Estimo a resposta diferente à provocação
(ao invés do sorriso discreto e evasivo)
Vivo a vontade conjunta de nada fazer
(Na preguiça sem tédio nem moral)
Anseio pela quietude do teu olhar
(Com suor, sedento por cumplicidade)
Disfarço ao ouvir a frase solta no ar
(Que só eu entendo e não posso sorrir)
Aquilo que desdenhamos em voz alta
E sentimos falta (todos os dias)
Admitimos baixinho quando sozinhos
Ou naquele deslize distraído,
com absoluto desapego ao alcoolizado julgamento do amigo.
Amor.
Furtivo, solitário, convivido, sentido, compartilhado: amor.
A série “frases da semana” nesta sexta é uma poesia em homenagem àqueles que amam – e as vezes desdenham, as vezes declaram, as vezes passam noites discutindo amores: nas janelas, nas cartas, na distância, na amizade… No (sempre) querer <3