Se arrependimento matasse

Publicado por Notas Não Aleatórias em

Declaro meu amor sem pesar
Se arrependimento matasse
Seguiria viva falando
Pensando, desdenhando
As palavras não me habitam
Não me pertencem
Elas chegam, invadem
Permitem-se explorar e, depois
Saem de mim num arranjo próprio
Do pleno sentir e,
Pelos motivos mais insanos
Correm ao encontro daquele que,
de fato, residem.

Sou, apenas, ponto de passagem
E quem sou eu para impedir
Que os versos se (me) componham
E voem a busca de seu lar?