Privilégio
Ontem me foi enviada esta palavra… Sobre o privilégio. Paro e penso. O que é? Uma extrema possibilidade que me é dada, por outro e para mais ninguém? Ou é dada para outros e não para mim?
No Dicionário Caldas Aulete, o verbete tem como significado:
1. Direito ou vantagem especial que se concede a uma ou mais pessoas, com exclusão dos outros;
…
3. Licença, permissão, oportunidade que só é dada a alguns.
Ter o privilégio é, portanto, ter algo que exclui, delimita uns em relação a outros – que possuem algo especial ou direto de estar em algo ou algum lugar especial.
Não, eu não quero nada especial. Nunca quis. Quero o infame, o mundano, o trivial. Mas quero bem feito. O que traz felicidade é o comum, é a rotina divertida, com risadas, com alegria. E, se possível, viver o mundano compartilhado com pessoas – estas sim – especiais (para nós).
Amo fotografia. Mas não quero apenas tirar fotos, não quero apenas conhecer espaços de cultura e beleza em que a foto se faz presente para mim. Quero o prazer da companhia para apreciar estes momentos. Não quero apenas sentar no calor escaldante, e tomar uma cerveja gelada. Quero, sim, a alegria da conversa, do sorriso sincero, das risadas fartas. Não quero nada mais, nem menos do que viver aquilo que aprecio ao lado de alguém que se disponha a isso.
Em suma, eu quero uma vida colorida, que é até previsível, como brincar em carrossel… Mas que é recheada de idas e vindas com boas parcerias. Eu quero o cheiro de café de manhã, sorriso no meio do dia e cafuné no fim de tarde (para mim e para os outros).
Isso é privilégio? É para poucos? Oportunidade de alguns?
Então o nosso mundo realmente vai mal…