Segundos antes de responder, solta uma gargalhada alta, dessas que ecoam dentro de nós, antes de se libertarem aos brados [até que todos os vizinhos, mais uma vez, a tomem como maluca por rir sozinha assim]. E, finalmente, escreve de volta, o óbvio:
– “Quase”, diz o garoto. Que babaca.
Nem bem leu a réplica dele, ela já declarava:
– Ainda bem que o amor não é esperto. Se assim fosse perderias um dos melhores da tua vida (eu, no caso).
– hahaha.
Nesses momentos, a garota sempre lembrava de um café a toa, em um desses dias que deviam ser banais. Mas eis que banalidade nunca fora o que os regeu, desde que o ímpeto de respondê-la pela primeira vez o acometeu. E antes disso, desde que uma foto (sua preferida), com olhar perdido e cansado a instigou a escrever uma poesia sobre suas não-respostas. E na frugalidade perdida em uma tarde de longa e sincera conversa, esse mesmo garoto proferiu audivelmente, dando a pauta por encerrada: obrigado por não ter desistido de mim.
Dizem por aí que ele saca o [péssimo] humor dela pelo teor de rabugice dos caracteres de um compacto twitter. Como também há relatos de que ela percebe em nuances mínimas das músicas que ele escuta, o que se passa naquele confuso (sim senhor! bem confuso…) modo de lidar com os sentimentos.
É fato que ela as vezes se cansava dos períodos de silêncio impostos pelo rapaz. Um babaca, dizia ela sempre [e embora negasse de pé junto, era complacente o suficiente nessas situações, no fundo ela sempre soube aguardar os tempos de fala necessários de cada um – especialmente quando ela sabe que vale a pena. E ele valia].
Ele ria ao ser chamado de babaca, toda vez e fingia achar ruim em exclamações e feições de falsa tristeza. [talvez devolvesse, como uma gentileza, a complacência com uma paciência rara, por saber da ansiedade sinestésica da garota – e ele era especialista em captar detalhes fantásticos das pessoas e transformar isso em arte, ou amizade… Especialmente quando valia a pena. E ela valia].
Quem liga? A amizade e o gostar nunca andaram ao lado da sanidade [e ambos sabiam disso…].
Minha pele desnuda que desfila pelo lar de um lado, para outro lado retorna, roda, dança um tanto como se os segundos fosse eternos e o tempo percorresse sob meu controle… Meu corpo, andarilho fonte Leia mais…
não desce a dor, torpe sentir de ser, só, mulher e por ser, só: mulher a que nasce e vive para servir, culpar: morrer sou, sim, culpada: de minha luta de me assumir, como Leia mais…
Não sou fome que, fugaz, se nutre e satisfaz finaliza ímpetos sou mais, voraz, salivo no menor sinal de tua pele, teu cheiro, teu gosto insacio-me com deleite habito teu suave descanso enquanto teu sorridente Leia mais…