Turbilhão

Publicado por Notas Não Aleatórias em

A cabeça ferve em ideias mais rápidas que o processador tem possibilidades de organizar.

A respiração acelera, gera angústia, devaneia em intermitência descontínua.

Não há paz no turbilhão, não há algoz mais severo e cruel que o pensamento sobre si.

Enquanto tudo passa numa cadência, nada faz sentido em meio à explosão de ideias.

O que a mente quer é silêncio, que não vem. Não vem, nada adianta.

Respira, respira, respira. Clichês baratos sem caminho, destino ou intenção.

Esvai tempo em retomadas inócuas, durante a torrente sináptica cotidiana.

Acorda antes do despertador, respira. Não é manhã ainda, vira de lado. Respira.

Promessas de mundos ideais, distopias sem cor em dias mutantes, impermanência.

Volta, respira. Pensa e sente. Deixa fluir o tempo e percebe o caos, respira.

Nano espaços de probabilidades instáveis, se fazem forçosos esforços.

Monumento em segundos que passam incessantes. Respira.

Pensamentos em ondas que se vão e voltam, intensas como uma ressaca

Afoga, afoba, desacomoda.

Categorias: Auto-retrato

0 comentário

Deixe um comentário

Espaço reservado para avatar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *