Entra, vai ter caos
– Não quis te trazer confusão
– tá tudo bem, entra, vai ter caos.
Se não acreditamos na paz, não é um colo com cafuné que nos traria dias tranquilos.
A confusão se instalou no ato de aconchego, no pensamento estático da amizade
um pouco de caos, um pouco de frio, um certo silêncio que se faz presente
talvez o caos seja mais importante que a ordem e a pele o mais persistente dos desejos
desenrolar escutas tranquilas e resgatar carinhos e cuidados é caos, e é, também, deleite
os dias que passam necessitam de pequenas pausas introspectivas, olhar para si é cuidar do outro
e tudo isso não foge ao caos, inerente ao existir, que se escapa às palavras conhecidas
tanto quanto dos hábitos corriqueiros e familiares por tempos imemoriáveis
se o sentir é brega e banal, mirar a confusão e sorrir, não é
que todo o suor vire exaustão de corpos que se entendam enquanto o tesão residir
e respire (não é tão simples quanto parece, acredite…), mesmo que doa no fundo do pulmão
que o caos e a confusão não se chocam para se esvair, sem rastros de uma suavidade incomum.