erráticas
O que seria, exatamente, aprender a ter limites? Respeitar os limites, acatar os limites, impor limites?
Espaço determinado e finito. Área demarcada, fronteira estabelecida: limite.
Ao longo do tempo aprendemos isso, como parte da empatia e do respeito às pessoas: aprenda os limites do outro.
Não que isso seja banal ou eu queira fazer pouco caso disto… Mas, por um tempo passei a me perguntar sobre os meus limites – eles também eram respeitados? Ouvidos? Estabelecidos?
Acho que nunca demarquei muito isso, talvez me parecesse invasivo demais. O que também acabava por tornar minhas relações absolutamente permissivas e unilaterais em algumas ações.
Limites. Parecia lógico ter que tê-los. Impor aos outros e protegermo-nos do que nos afeta. Ao passo que em tempos de enfrentamento, também são tempos de redescobertas, a ideia de limites nos delineia espaços possíveis de conforto e segurança – o tal do controle tão almejado em planos que sabemos serem falidos desde à nascença, mas nos aquecem os pensamentos enquanto tracejamos caminhos por aí. Até que…
Não. Não aceitamos limites… talvez sejamos, sim, erráticas. Mulheres descabidas – destas que não cabem em si, não aceitam espaços demarcados, tampouco finitos. Transbordando as fronteiras, não mais ensimesmadas, nós, mulheres: ilimitadas.
